segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Epifania III


UMA EXISTÊNCIA,
O FRUTO DO GOZO
DO MACHO E DA FÊMEA.
A NATUREZA NÃO TEM,
DE MANEIRA ALGUMA,
A PROCRIAÇÃO COMO FINALIDADE.

O MUNDO NÃO CARECE DE
MAIS UM SER PENSANTE.
MAS, MESMO ASSIM,
SE CRIA AFETO
PELO FETO.

E DEPOIS QUE APRENDEMOS
A ANDAR E NOS ALIMENTAR SOZINHOS,
DEIXAMOS DE RECONHECER
OS AUTORES DE NOSSOS DIAS.

UMA SERENIDADE INTENSA FARIA BEM,
MAS A NÁUSEA É MEU ESTADO NORMAL.
AO INVÉS DA TERNURA, UM TÉDIO PROFUNDO.

O TÉDIO DA EXISTÊNCIA,
A ANGÚSTIA DE SABER QUE SOU...
NADA. EXISTIDA.

Luiza Pontes

7 comentários:

  1. Leve, mas com uma pesada angustia...
    Linda, Jéssica, linda essa poesia.

    ResponderExcluir
  2. Abrilhantada com um existencialismo sutil. Suas palavras vão descendo brutal e vagarosamente, como um parto, trazendo dor até o fim, mas deixando-a cessar (ou não) até esgotar-se no vazio. Fenomenal.

    ResponderExcluir
  3. Ahh!

    Gostei da nossa parceria na montagem dessa epifania. Como diria Jesus: "somos deuses", e ao mostrarmos toda nossa humanidade acabamos por nos revelar divinos. Amei as epifanias, amigos. Espero q revele-mo-nos cada vez mais e q a divindade esteja sempre presente na nossa caminhada pela senda árida dos mortais.

    Um cheiro com cheiro de incenso, q é a fumacinha própria da mística (rsrsrs).

    Amo vcs.

    ResponderExcluir
  4. Valeu, juninho, meu parceiro!!!
    Amo vocês, meus amores...

    ResponderExcluir
  5. Vcs falam muito bem do fardo que é viver...

    ResponderExcluir
  6. cara! muito massa!
    mas é isso mesmo! agente tende a querer significar muito as coisas e não vemos que na verdade o tudo é nada!
    me lembra muito o que o Pondé fala sobre a vida como uma tragédia, sobre agente querer significar as coisas, quando o caminho da menor infelicidade é aceitar a tragédia e jogar com ela!
    muito bom, jéssica! muito meeeeesmo!

    ResponderExcluir
  7. Só por que eu li isto, esta noite vou ler o Soren Kierkegaard. Linda poesia!!!

    ResponderExcluir