sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cidade Velha





Entorna-me entre os cantos vazios desta cidade,
nos sulcos,
nas frestas,
nas velhas lamparinas.
Faz-me passarela de putas,
de ordens marginais,
de cães a ladrar para o nada.
Na umidade,
na secura dos lábios cansados,
nos dedos amarelados,
na nicotina,
nas almas dos decadentes...
Coloca-me poesia entre os dentes
E um adocicado sonho na língua.


Paulo Antônio