quarta-feira, 27 de julho de 2011

ATO #3



A moça, mais uma vez, deparou-se
com a realidade nua e crua da solitude.
Sim, pois solidão é o "eu" e nada mais,
mas não somos sós sozinhos.

Ah, Florbela, como tu sofres...
A paixão que te dá vida
é a mesma que te mata
[aos poucos.

Pegou pena, papel e tinteiro.
Pensou escrever sobre o vazio.
A folha permaneceu intacta.

Dali em diante era toda pranto.
E o peito pia...


*Ne me quitte pas



3 comentários:

  1. Nada no mundo é mais vazio do o universo chamado "peito". Adorei o texto. Tem coisa no mundo que seja mais torturante do que estar diante de um papel e deixar ele em branco? Que dor...

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  2. Tem... O peito, a melhor parte da festa e ponto máximo de prazer e doação, sozinho, sem os mortos de fome, é a coisa mais torturante.


    Peito piando é triste. Que dor....

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  3. É. A solidão é como um peito. Ele é só, mas de par. E, como o peito, a solidão pode ser gostosa e sexy. Basta saber apalpá-la com carinho e convicção.

    O peito tb é fonte de alimento para os infantes, fonte de vida. Assim tb é a solidão, se aprendermos como retirar dela essa vida que se impõe sobre nós. Procuraremos a solidão instinticamente, da mesma forma como buscamos o peito no princípio, se descobrirmos q dela a vida brota.

    Ah, solidão! como te amo e te odeio. O peito sangra, racha, dói qndo de ti sai vida. Sabemos q mãe, para doar vida, muitas vezes se depara com uma tarefa extremamente dolorosa.... Assim é tu, solidão, q se doa doendo. Q se dá pra viver, muitas vezes matando.

    Perfeito o texto... "a paixão q te dá vida é a mesma q te mata".. É o peito. É a solidão.

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