terça-feira, 5 de janeiro de 2010


Delírios
a Luiza

O céu negro,
Com suas nuvens arroxeadas,
Parou...
Os velhinhos de mãos dadas,
A grávida,
O mendigo na calçada,
A coruja taciturna,
Também.

Levemente
Tudo se ergueu.
Em suspenso
Tudo flutuava

E, como num sonho,
Que se desfaz e se refaz lubricamente,
Eu andava ao teu lado Sem me notar ali.
Boiando na existência,
Sem pisar no chão

Eram seus lábios que se abriam
E a chuva de lírios que brotava de sua boca
E os lírios correndo ao redor de mim
E me tomando
E me chamando pra brincar de roda
E me enfeitando com seus aromas
E me dizendo deles...

Eu,
Logo eu,
Tão de ninguém,
Tão sem ninguém,
Agora brinco com lírios,
Agora sou de lírios
Delírios...


*Imagem: quadro A noite estrelada (1889), de Vincent Van Gogh

4 comentários:

  1. Feliz aniversário, Cabelinho linda!

    Amo vc!

    ResponderExcluir
  2. Ôh, amorrrr!!!

    Você sempre pondo brilho na nossa escuridão!!

    Obrigada!

    Amo você.

    ResponderExcluir
  3. rapaz ..tá escrevendo assim..quando for pros "states" vou te levar comigo!!!!

    ResponderExcluir
  4. Claro que não, Bia, querida!!!
    Ele vai pra Europa. Mas é comigo..rsrsrsrsrsrsrs


    Valeu pela visita!!!

    ResponderExcluir